Por Lausamar Humberto
Para que serve a educação pública? Qual o seu papel na vida social? Estas questões são atuais e necessárias. O ensino público de qualidade é a melhor opção para tornar a igualdade do acesso ao conhecimento o fator indispensável na redução da desigualdade social.
Em uma sociedade democrática, o único diferencial aceitável entre os seus membros deve ser o mérito. Mas, para que o mérito possa diferenciar, é necessário que a base inicial seja igualitária.
No Brasil, o destino de cada um é decidido, muitas vezes, no nascimento. Aquele que nasce pobre ou, mais que pobre, miserável, terá uma enorme dificuldade de sair desta situação, de ascender socialmente. E quando consegue é sempre por uma imensa determinação pessoal.
E esta obstinação individual é necessária porque não estão todos em nível de igualdade. O garoto, que desde molecote tem que trabalhar para ajudar no sustento da família, estudando à noite em escola pública, não tem condição alguma de disputar mercado de trabalho com o jovem de classe social mais elevada, bem nutrido, aluno de escola particular, que possui todas as condições objetivas para “ter sucesso na vida”.
Quando candidato a presidente em 2006 o senador Cristovam Buarque foi ridicularizado por entoar um samba de uma nota só, a educação. A plataforma do candidato Cristovam Buarque era corretíssima.
Precisamos de uma revolução na educação. Mas nem tudo virá do Estado. O cidadão tem parcela fundamental na melhora da escola de seu filho. Sempre que a imprensa divulga exemplos de sucesso no ensino público, em cem por cento dos casos, são escolas que possuem, na sua gestão, uma participação efetiva da comunidade que a rodeia.
Não há outro caminho. A melhora do ensino público é obrigação e responsabilidade de todos nós. E uma das maneiras de iniciar este trabalho é incentivar a valorização do educador, do profissional e do estudante de escola pública.
Por estes dias fui convidado a participar de um grupo criado no Facebook chamado Todos pela Educação, grupo de Frutal. O que mais me chamou a atenção foi que seus criadores eram jovens de 16, 17 anos, estudantes de escolas públicas.
Em conversa com estes garotos, percebi a seriedade de seus propósitos e a real preocupação com mudanças que possam garantir um estudo de qualidade para todos.
Que eles tenham sucesso. É bom ver o engajamento de uma moçada muito nova, mas que acredita em seus ideais e sai à luta para conquistá-los. Que tenham a sabedoria de não se deixar contaminar por grupos ideológicos que, certamente, tentarão cooptá-los para a luta partidária.
O objetivo desta turma é justo e a sua luta, árdua. Que obtenham o apoio que precisam. O meu já conquistaram.
Postar um comentário