Som, luz, câmera... UEMG

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Por Eduardo Uliana e Priscila Minani

Uma universidade é feita de educadores, alunos, teoria, prática, vivência acadêmica e estudo, muito estudo. É o local de busca e transferência de conhecimento, idéias, domínio e cultivo do saber humano. Mas em Frutal, o Campus da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) também abre espaço para manifestações artísticas envolvendo professores e universitários. Nesta edição, começamos uma série de reportagens sobre os projetos culturais desenvolvidos na UEMG Frutal. Nossa primeira matéria será sobre a Bateria da UEMG, ou melhor, a Besouteria.

Criada no começo deste ano, a partir de um projeto do professor do curso de Comunicação Social, Edwaldo Costa (o “Guga”), a Bateria da UEMG tem como objetivo promover o desenvolvimento da sensibilidade e criatividade humana por meio do contato com a linguagem artístico-musical.

“A UEMG possui, hoje, cerca de 1,5 mil estudantes, sendo que grande parte gosta de música. Este fato pode ser comprovado nas repúblicas estudantis e casas de shows do município onde alguns alunos se apresentam com freqüência”, destaca Edwaldo, que completa, “queremos proporcionar aos alunos que vieram de outros municípios entretenimento e lazer. Afinal, não existem muitas opções na cidade”.

Para Rodolfo da Silva Gorjon, aluno do 3º período de Comunicação Social e bolsista do projeto, ter uma bateria no campus ajuda a promover a Universidade e a integração entre alunos de todos os cursos. Ele conta que primeiro a idéia foi lançada na internet para ver qual seria a repercussão junto aos alunos. Foi um sucesso.

“Depois disso, tivemos a primeira reunião para ter uma noção de quantas pessoas gostariam de participar. A primeira dificuldade foi conseguir instrumentos, que conseguimos emprestados. Estamos ensaiando e já conquistamos o reconhecimento de coordenadores e da direção da Universidade, tendo por conseqüência doações e melhorias para a Bateria”, relata Rodolfo.

Atualmente, a bateria conta com 40 integrantes dos cursos de Administração, Comunicação Social, Direito e Geografia. Os alunos ensaiam com instrumentos cedidos pelo Centro Cultural “Yara Lins” e pela Escola de Samba Sonho e Fantasia, de Araçatuba (SP). O projeto de extensão do professor Edwaldo foi aprovado pela UEMG e conta com uma bolsa do Estado. Os encontros são realizados no anfiteatro da instituição, duas vezes por mês, após a aula.

Apesar do pouco tempo de existência e apenas quatro ensaios no currículo, a Besoteria já mostra a que veio. “Já criamos uma harmonia musical. Agora estamos trabalhando nas paradas e nas músicas que vamos apresentar”, revela Guga.

Warley Damásio Neto, aluno do 5º período de Direito, diz que o desempenho dos participantes no ensaio tem sido muito bom. “O que geralmente acontece quando há uma atividade diferente na faculdade é muitos alunos se apresentarem para participar apenas de ‘oba-oba’ sem nenhum compromisso, o que aconteceu no início do projeto. Mas depois de alguns ensaios, ficou o pessoal que realmente quer participar. Assim não medem esforços para aprenderem o ritmo e desenvolverem bem a melodia”, declara Neto.

E olha a responsabilidade. Logo na primeira reunião do grupo, o diretor do Campus de Frutal, Ronaldo Wilson Santos, fez dois convites à Bateria. “Gostaria que a Bateria tocasse na inauguração do HIDROEX (Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa aplicada em Águas) e no JUEMG (Jogos Universitários das Universidades do Estado de Minas Gerais)”. Também foi por meio do diretor do Campus Frutal que a Bateria teve instrumentos reparados e outros comprados para completar a composição do grupo.

A primeira apresentação da Bateria aconteceu no dia 18 de maio. O grupo participou da comemoração referente ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Organizado pelo Caps (Centro de Atenção Psicossocial), o evento chamado “Mica Louca” contou com a participação da Besouteria. A apresentação foi realizada na Concha Acústica, no calçadão de Frutal e despertou o interesse de quem transitava pelo local.

O projeto também tem cunho sócio-cultural. Isso porque a idéia não é só inserir a bateria dentro da Universidade criando um espaço cultural, mas dar oportunidade para que crianças e jovens participem de oficinas musicais, aprendam a confeccionar fantasias e instrumentos musicais.

“Sempre que assistia aos desfiles das escolas de samba, o que mais me chamava atenção era a bateria, tanto na televisão quanto ao vivo, era a parte da escola que eu mais admirava o som, o ritmo, a batida. Quando surgiu a idéia da bateria da UEMG, percebi que ali estava a chance de participar de uma coisa que eu tanto gostava”, finaliza Matheus Bassi Petelincar, do 3º período de Administração.