Por Mariana Nogueira
Natural, industrializado, em pó. Quente, frio, com café, frutas, chocolate, açúcar ou simplesmente puro. O alimento mais presente na vida do ser humano é o leite. Quando bebê, o leite materno é o principal responsável pela nutrição, afinal, como dizia o comercial, somos mamíferos. É pela amamentação que a criança adquire imunidade a muitos microrganismos e bactérias.
Minas Gerais é, de acordo com ranking divulgado pelo Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - e pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – o maior produtor de leite brasileiro no período de 2008 a 2010. O estado produz uma média de 27% do total de leite que é consumido em todo o Brasil. É uma enormidade de leite. São produzidos oito milhões de litros.
Frutal está inserida na região do estado que mais produz leite, a do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba. Em 2008, a cidade foi a segunda maior produtora de leite da microrregião, perdendo apenas para Patos de Minas. Apesar de tantos números, o Brasil ainda não é o país do mundo que mais produz leite. Aparecemos apenas na quinta colocação, com apenas 5% da produção mundial, o que corresponde a 29 milhões de toneladas de leite.
O leite é um dos alimentos mais consumidos no mundo. Apesar do grande consumo de leite de vaca no Brasil, outros tipos da proteína ganham espaço no dia-a-dia do brasileiro. O leite de cabra, por exemplo, tem conquistado o paladar do povo, seja como queijo ou como opção mais magra. O leite caprino tem os mesmos nutrientes que o leite de vaca, mas seu grande diferencial é na produção de insulina. O leite de cabra estimula o organismo na produção desta importante substância.
Ainda há no mercado uma opção para quem sofre de intolerância à lactose; o leite de soja. De origem vegetal, tem sido uma alternativa para os recém-nascidos que são alérgicos à lactose, para as mães que não podem amamentar seus filhos e para os vegetarianos, que não consomem produtos a base de proteína animal.
Leite de maconha?
No Canadá existe outra escolha para quem não pode ingerir lactose. O leite de maconha. Competindo com o leite de soja, o leite de maconha é feito a partir das sementes da planta. Espertinhos de plantão, não precisam ficar animados. O nível de THC (substância existente na maconha que causa efeitos alucinógenos) é praticamente zero. Ou seja, o leite não contém qualquer substância que cause efeitos psicoativos. Em outras palavras, não deixará o consumidor drogado. Ele tem apenas maior concentração de proteínas, menos colesterol e alto número de vitaminas. No Canadá a produção da planta é permitida para uso industrial.
Minas do leite
O leite está muito presente no nosso cotidiano e a principal razão é que o líquido branco que nos alimenta desde o primeiro segundo de vida é base de muitas coisas que comemos. O leite está presente em muitos pratos e, às vezes, o consumimos sem perceber. Queijos, requeijão, doces, bolos, tortas e milhares de outras receitas.
O queijo minas, para nós, ao menos, é o derivado mais famoso do leite. Para um queijo de tamanho médio são usados até dez litros de leite. Esse queijo, além de ser consumido fresquinho, pode passar por um processo de maturação que dura até vinte dias que o transforma no queijo curado. O queijo curado é usado pelas donas de casa para preparo do pão de queijo, do pudim de leite condensado com queijo, da queijadinha. O queijo, além de especiaria mineira, é patrimônio cultural imaterial registrado pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Como o próprio nome já denomina, o doce de leite é um doce tipicamente caipira feito de leite de vaca e açúcar. A mistura levada ao tacho por horas resulta no que é hoje uma delícia característica brasileira e muito presente nos restaurantes de comida típica da fazenda ou da roça. O doce de leite recheia bolos, bolachinhas e sobremesas diversas. Nossos hermanos argentinos têm o dulce de leche como tradicionalíssimo, para eles o doce é tão nacional quanto a caipirinha para nós. O alfajor tradicional traz em seu recheio ele, o doce de leite.
Segure a água na boca que as gostosuras do leite ainda não acabaram. Iogurte, sorvete, pudim, cream cheese, ricota, queijo mussarela, leite fermentado, achocolatado pronto para beber, flan, bolo, manteiga, requeijão, creme de leite, molho branco, enfim, citar todas seria uma crueldade gastronômica para com os leitores.
Leite: o alimento do bebê
É impossível falar de leite sem falar de amamentação. A fase mais importante para o bebê, durante os seis primeiros meses de vida, tem no leite o único alimento que a criança precisa. Dos seis meses de vida até os dois anos outros alimentos podem ser inseridos na rotina dos pequenos, mas, se a mãe ainda produz leite é importantíssimo que a criança continue mamando. No leite materno há substâncias que defendem o organismo dos bebês de infecções e doenças crônicas.
Os mitos ligados a amamentação são muitos. E é bom saber que cerveja escura, canjica, água importada e outros alimentos não aumentam a produção de leite. São lendas sem embasamento científico, crenças populares que levam muitas mães ao extremo na busca pelo leite perfeito. Por fim, é importante ressaltar que a mãe não deve ter vergonha de amamentar seu filho em público, o aleitamento materno é um ato de amor recíproco.
Leite com manga faz mal?
Quem, quando era criança, nunca ouviu a mãe ou avó dizer que misturar leite com manga faz mal, que atire o primeiro queijo. Essa é uma das maiores lendas de todos os tempos e surgiu durante o período colonial. Na época, o leite era caro e os senhores de engenho não tinham condições de fornecer o alimento para os seus escravos. Assim, como forma de evitar que os escravos roubassem o leite produzido, e com a grande demanda de manga nas fazendas, eles inventaram o mito de que leite com manga faz mal. Dessa forma, os escravos comiam as mangas e não bebiam o leite. Pra que não reste dúvida, leite com manga faz bem à saúde, pois são dois alimentos ricos em nutrientes, vitaminas e proteína.
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