Por Eduardo Uliana
Fechando a série de reportagens sobre os projetos culturais desenvolvidos no Campus de Frutal da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), apresentamos, nesta edição, o Coral da UEMG.
Criado em agosto de 2010 a partir de um projeto de extensão da professora Ana Maria Zanoni da Silva, o Coral da UEMG tem como objetivo promover o canto coral, a integração e o aprimoramento artístico-cultural da comunidade interna e externa da UEMG, no Campus de Frutal, bem como delinear um panorama do desenvolvimento da referida modalidade de canto no Brasil, por meio da pesquisa e extensão dos resultados obtidos tanto na forma de artigos científicos como em apresentações para a sociedade local.
De acordo com a coordenadora do projeto, a implantação de um grupo musical, sob a forma de coral, traz inúmeros benefícios para a comunidade acadêmica, pois o coral pode ser utilizado não apenas em eventos específicos da Universidade, mas também no calendário oficial do município.
“As atividades desenvolvidas pelo coral estimulam o desenvolvimento de habilidades e talentos que estão além das atividades cotidianas em sala de aula e da vivência diária no ambiente de trabalho. A participação em um Coral proporciona o desenvolvimento das competências necessárias ao trabalho em equipe tais como: ajuda mútua, respeito às regras, aos limites e, principalmente, a consciência de que o resultado do todo é mais importante do que trabalhos isolados”, destaca Zanoni.
Direcionado para todos os segmentos da comunidade universitária – docentes, alunos, funcionários e comunidade externa – a abrangência do projeto pode ser ampliada com a adesão de grupos específicos da comunidade frutalense, como alunos do Ensino Fundamental e Médio e demais pessoas que tenham interesse em aprender ou aprimorar o canto. Atualmente, o Coral é formado por 20 alunos, três professores da UEMG, além de alunos do Conservatório Municipal e membros da comunidade.
No currículo, o Coral já conta com três apresentações: a primeira no Fest UEMG 2010, a segunda na abertura do Seminário de Pesquisa e Extensão, realizado no ano passado no Centro de Eventos Iara Lins e a terceira na Semana da UEMG, que aconteceu entre os dias 27 e 30 de junho deste ano.
“Por enquanto, temos feito apresentações somente na Universidade, mas ainda este ano cantaremos novamente na inauguração do HIDROEX. Se algum coordenador quiser que o Coral faça a abertura das Semanas dos cursos, estamos a disposição. No futuro, pretendemos cantar em outros locais e levar a música tanto para a comunidade frutalense, como para demais comunidades”, comenta Zanoni.
Depois de exato um ano da criação do Coral, a coordenadora relembra as dificuldades e a persistência do grupo: “Foi tudo muito rápido. Não tínhamos maestro, repertório, nem o órgão. Falei com o professor de música Pablo Henrique e pedi se ele ensaiaria conosco. Só um detalhe: seria de graça. Ele aceitou. Faltava o órgão ou teclado. O aluno João Roberto Segovia Barbosa, do 6º período de Comunicação Social, emprestou o dele. Aí começamos a ensaiar e, em três semanas (três ensaios) estávamos, pela primeira vez, no palco, cantando Planeta Água e Andança. Com o auxílio da direção do Campus, pudemos adquirir um teclado para o Coral. A aquisição motivou ainda mais os integrantes do Coral”.
Em 2011, o projeto foi contemplado com uma bolsa de Extensão do edital PAEX. A aluna Natália Coquemala, do 4º período de Comunicação Social, é a bolsista do projeto. Além de ficar responsável pela agenda de ensaios, escolha de repertório e aplicar exercícios para aquecimento de voz e correção de postura, Natália participará do Seminário de Pesquisa e Extensão da UEMG, apresentando os resultados parciais obtidos com o projeto.
Ana Maria Zanoni diz que o repertório é escolhido pelos membros do Coral e pelo maestro. “Estamos numa fase experimental, para compor o repertório. Então, sempre procuramos acatar a opinião dos integrantes.”
Os ensaios são realizados uma vez por semana, das 18h às 19h, na pré-aula, no Campus da UEMG. Nas semanas próximas às apresentações, os ensaios acontecem duas ou mais vezes na semana.
A coordenadora do projeto convida alunos, professores, funcionários da UEMG e a comunidade frutalense para participar do Coral. “Todos que gostem de viver, cantar e fazer o público sonhar, ainda que por segundos, com um mundo melhor, no qual o respeito, o auxílio mútuo e alegria de viver possam ser o repertório do cotidiano, estão convidados para fazer parte do Coral da UEMG”, finaliza Zanoni.
A origem
A origem da palavra coro provém do grego choros e, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, significa o conjunto de cantores, em número mais ou menos considerável, que executa peças em uníssono ou várias vozes, com acompanhamento ou sem ele, sendo constituído por vozes mistas de soprano, contralto, tenor e baixo.
O canto em coro constitui uma das formas de interação social e de expressão artística que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos. No antigo Egito e Mesopotâmia, essa modalidade de canto vinculava-se aos cultos religiosos e às danças sagradas. Ao longo dos tempos, o termo Chóros foi usado para designar manifestações artísticas com diferentes sentidos. No Brasil, essa modalidade de canto surgiu no período colonial e foi influenciada pelos costumes e ideais da corte européia. Naquele período, os cânticos apresentados nas missas já eram elaborados para serem apresentados por grupos vocais.
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