Ponto Crítico - É honesto?

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Por Lausamar Humberto


Este ano é ano de campanha. E todas as notícias envolvendo corrupção que nos tem rodeado, vide os ministros que têm caído como peças de dominó, trazem à baila a questão da honestidade. E os marqueteiros de plantão já perceberam isso há um bom tempo. Marca clara nas campanhas políticas mais recentes: a valorização da honestidade pessoal do candidato.

Nada mais esperado. As campanhas atuais são comandadas por experientes profissionais do marketing e da propaganda. Se a honestidade é um diferencial importante para o seu produto tenha certeza que ela será estampada na testa do candidato.

Se o candidato é realmente honesto pouco importa. Se for o que os eleitores-consumidores desejam, o coordenador político de plantão não lhes negará este pedido. E tome slogans: “honestidade acima de tudo”, “fulano é o prefeito mais honesto que Brogodó já teve”, “honestidade, capacidade e trabalho” e outras baboseiras mais.

Os marqueteiros se defenderão. Se o candidato possui algumas manchas em sua honestidade, estas manchas devem ser apagadas, pelo menos até a eleição. Agora, se o candidato é imaculado, de reputação ilibada, por que não se aproveitar de uma de suas mais visíveis e admiráveis qualidades?

Os marqueteiros têm razão. Afinal são profissionais pagos, e muito bem pagos, para dourar a pílula da melhor forma possível. Todas estas considerações são feitas por jornalistas chatos, irritados com o baixo salário e sem coisa melhor pra fazer.

Como grande admirador desses profissionais, acredito na candura de todos os candidatos. São honestos, honestíssimos. Mas me pergunto: e daí? Conheço muitas e muitas pessoas que são honestas e que nem por isso saem alardeando esta qualidade aos quatro ventos e nem são candidatas a coisíssima nenhuma.

Este é o ponto. Não devíamos esperar de nossos candidatos uma carta pública atestando sua honestidade. Para postularem um cargo público – de  representação, é bom lembrar – ser honesto é o mínimo. Por isso esta deveria ser a primeira pergunta que nos faríamos para definir nosso candidato. Fulano de tal é honesto?

Durante qualquer campanha eleitoral se faça este questionamento. Se a resposta for SIM pode continuar avaliando o candidato. Agora se a resposta for NÃO pare por aí. De nada lhe adiantará saber se o candidato é um bom administrador, um grande empreendedor, um líder regional, uma pessoa ligada ao social. A primeira resposta já deve tê-lo eliminado.

E, se depois desta sua avaliação crítica ninguém tiver passado pela sua peneira, a coisa então estará preta, e tenha certeza que há algo de errado com você ou com os candidatos. E para o bem e a alegria geral da nação, e sem querer ser portador de mau agouro, reze pra que seja com você.