Por Narcio Rodrigues
Quem lê ou ouve falar da História do Brasil tem em conta que o maior - ou um dos maiores - presidentes que nós tivemos foi Juscelino Kubistchek, mineiro nascido em Diamantina e que governou de 1955 a 1960.
O que a História ( ainda) não registra é como um Kubistchek - com esse nome totalmente anormal para um brasileiro - acabou por nascer no Vale do Jequitinhonha, tendo seus antepassados nascidos no região distante de Trëbön, numa pequena vila chamada Domaníne, na atual República Tcheca, até pouco tempo Tchecoslováquia, e antigamente conhecida como região da Boêmia.
Tivemos a oportunidade, agora, de conferir isso, que faz parte da nossa história.
Em recente visita que fiz à República Tcheca para buscar parcerias para o Polo Aerospacial de Minas Gerais, graças a articulações feitas pela embaixada brasileira em Praga, conseguimos realizar uma viagem de um dia inteiro a Trëbön.
A primeira surpresa veio com a idade do Arquivo Público da cidade, que é de 1602. Depois, a alegria de poder conhecer técnicos e especialistas (há verdade, seres humanos) que se dedicam ainda hoje a escavar a história para descobrir quem foram os antepassados de JK, dando a todos nós essa sensação de que a irmandade entre os povos pode muito bem ser fruto de acidentes do destino. O amor com que esses pesquisadores se dedicam ao tema emociona a qualquer um, especialmente a brasileiros, que descobrem ali que é preciso visitar o passado para muitas vezes compreender o que determinou a mudança de rumo e de destino de um determinado povo.Não se pode negar que JK mudou os destinos do Brasil.
Descobre-se ali que um certo Joseph Kubistchek (lá se escreve um pouco diferente daqui) nasceu e morou numa casa no povoado de Domaníne, local agora visitada por todos que se interessam pelo tema.
Esse mesmo Joseph veio para o Brasil acompanhando a Princesa Leopoldina, da família Habsburgo, como um dos um dos soldados que compunham sua guarda de segurança. Ele pode ter sido o avô de JK.
Em 1935, aparece o primeiro registro do antepassado de JK em Diamantina, fazendo uma operação imobiliária. Certamente o imigrante tcheco veio, viu e gostou e decidiu ficar por aqui mesmo, iniciando uma família que legou ao Brasil o seu mais extraordinário homem público e o seu mais consagrado presidente da república.Um presidente que sempre deu valor à essa origem, mesmo antes de entrar na vida pública.
Os pesquisadores acabaram por comprovar a "curiosidade" que a sua própria "origem" causava em JK. Em um documento datado de 1930, ano em que JK completava 28 anos, o Arquivo Público de Praga registra a visita do jovem brasileiro, atrás de informações sobre o seu passado.
Certamente, nessa época, mal sabia que o destino lhe reservava a tarefa de ser prefeito de BH, governador de Minas e presidente da Republica.
E tudo começou com o casamento de D. Pedro I com Leopoldina, que veio de tão longe e trouxe, na sua companhia, alguém de Trebon, que mudaria a História do Brasil...
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