Por Lausamar Humberto
Jamais, em tempo algum, houve uma avalanche tão grande de fontes de informações como a que vemos hoje. São jornais, revistas, televisão, internet, livros. Uma imensidão de dados e fatos que, muitas vezes, chega a desnortear quem recebe a informação.
E, justamente por isso, a responsabilidade de quem produz a informação nunca foi tão grande. Mesmo que não a procure, a informação chegará ao cidadão. A correção técnica e a ética na veiculação das notícias farão a diferença entre o veículo de imprensa sério e aqueles que apenas surfam na onda da facilidade de ser um reprodutor de notícias.
A imprensa tem sido uma das mais importantes instituições brasileiras no fortalecimento da democracia e da consciência cidadã. Não cabe a ela somente o simples papel de retransmitir os fatos que lhe chegam. A inércia não é princípio jornalístico.
O jornalismo investigativo tem dado provas de ser imprescindível no fortalecimento das instituições nacionais. Cada escândalo, cada falcatrua denunciados, pavimentam um caminho de reconstrução de uma moralidade pública que só trará benefícios ao país.
Não é função da imprensa a de dizer amém a todos os atos do político de plantão. Pelo contrário, uma boa distância do poder, um posicionamento crítico, faz bem para os dois lados, e faz bem maior ainda para a população.
Não há lugar para partidarismo na boa prática do jornalismo. A responsabilidade social e a ética jornalística pedem que se elogie nos acertos e que se critique nos erros. Quem faz jornalismo que tem lado não consegue cumprir esta regra básica que qualquer boa faculdade de jornalismo ensina.
O jornalista deve ser um cético. Duvidar sempre. Esta sua dúvida o fará um profissional melhor, capaz de questionar as respostas óbvias e banais que muitas vezes virão das fontes, oficiais ou não. Há um quê de fiscal no seu trabalho de narrar os fatos que são de interesse público. Para exaltar feitos já há inúmeros assessores e agências de publicidade. Para mostrar o incômodo, botar o dedo na ferida, às vezes só resta o jornalista.
Poucas profissões podem ter um papel tão atuante e transformador da realidade que a cerca. O conhecimento acumulado pelo cidadão bem informado é o melhor arsenal de que este dispõe para a luta por uma sociedade mais justa, livre e igualitária.
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